Flávio Benelli
Formado em Direito pela Puc-Campinas, pós-graduado em Jornalismo. Criador e administrador do perfil @lets.gorock no Instagram. Sempre fui apaixonado pelo Rock. Escrever sobre música é minha forma de compartilhar a energia e a emoção que o rock me proporciona, enquanto mergulho nas histórias fascinantes por trás das músicas e dos artistas que moldaram esse universo. Junte-se a mim nessa jornada onde cada riff é uma história e cada batida é uma experiência inesquecível.
Canção é um marco da música brasileira e foi regravada no decorrer dos anos por artistas como Cazuza e Ney Matogrosso
Um grande sucesso dos anos 1980, que segue reverberando até os dias atuais, “Vida Louca Vida” saiu originalmente no LP Vida Bandida, de Lobão, também compositor – que ultrapassou a marca de 350 mil cópias vendidas no Brasil –, que chegou às lojas em meados de 1987. No ano seguinte, ganhou uma versão ao vivo no disco ao vivo O Tempo Não Para, de Cazuza, outro grande sucesso.
Quase quatro décadas depois, Lobão, ao lado de Frejat, outro que teve íntima relação com Cazuza nos anos 1980, tanto profissional quanto pessoalmente, estão lançando uma nova versão de “Vida Louca Vida”, um trabalho colaborativo que traz os dois se intercalando nos versos. É uma celebração da música e muito mais.
Confira o videoclipe: https://youtu.be/9dktUhj3qSs
“O que me movimentou a gravar ‘Vida Louca Vida’ foi ter tocado com a orquestra lá no Serginho Grossman (Altas Horas, Rede Globo) e ter visto que a maneira que eu cantei, a orquestra, eu imitando o Cazuza, as pessoas ficaram muito emocionadas. Então eu decidi chamar o Frejat e ‘cometer’ uma homenagem implícita ao Cazuza”, fala Lobão sobre a concepção da ideia.
Sobre o processo de gravação, ele prossegue: “Ele não tem nenhuma participação, mas como ele cantou a música e o Frejat talvez seja o parceiro mais profícuo e próximo do Cazuza, e é meu amigo, então chamei o Frejat e ele, o filho dele, o Rafa, que fez intervenções de guitarras, clavinete, órgão. Fizemos um intercâmbio, eu gravei a bateria, o baixo, algumas guitarras. Mandei para o estúdio dele, ele botou a voz, as umas guitarras, botou as guitarras do Rafa, os órgãos, e aí voltou para mim”.
Sobre o videoclipe, desenvolvido por Arnaldo Belotto, o artista declara: “O vídeo é aquela coisa do vale da estranheza, que é aquela síndrome de você, quando percebe um robô exatamente igual ao ser humano, mas que é de natureza absolutamente diferente. Você se olha no vídeo: é para ser você, e você tem certeza que não é você. Te dá uma esquisitice incrível, porque você não se reconhece de maneira literal. É fantasmagórico, é sinistro, e por isso que eu acho que é fascinante o vídeo por Inteligência Artificial, porque é uma outra coisa completamente diferente”.
O diretor adiciona: “A concepção priorizou a estética e a construção de uma narrativa que dialogasse com o contexto histórico da música. A ideia era evocar a efervescência criativa e política do rock brasileiro dos anos 1980, marcada pela figura emblemática de Lobão. O material foi gerado com o objetivo de criar uma narrativa rítmica e visualmente impactante, fiel à proposta inicial”.
Vida Louca Vida
“Vida Louca Vida”, composta por Lobão em parceria com Bernardo Vilhena, foi lançada no álbum Vida Bandida – que ultrapassou a marca de 350 mil cópias vendidas no Brasil –, que chegou às lojas em meados de 1987 – a canção foi um dos singles do trabalho. No ano seguinte, ganhou uma versão ao vivo no disco ao vivo O Tempo Não Pára, de Cazuza, outro grande sucesso.
A música, um grande marco atemporal da música brasileira, também foi interpretada por outros gigantes da música brasileira, como Biquini Cavadão (no ao vivo 80 vol.2 – Ao Vivo No Circo Voador) e Ney Matogrosso (no live Atento aos Sinais). Agora, Lobão e Frejat entregam uma nova versão, encerrando um ciclo de regravações antológicas dessa composição.
Lobão na estrada
Nome essencial para música brasileira, Lobão chega ao meio século de carreira – que resultou em inúmeros clássicos da música brasileira – com a “50 Anos de Vida Bandida”. O artista iniciou a carreira musical nos anos 1970, cruzou as décadas e entregou ao mundo álbuns de sucesso como Cena de Cinema (1982), Ronaldo Foi pra Guerra (1984) e O Rock Errou (1985), com shows imensos por todo Brasil. Em 1990, fez show no Hollywood Rock, considerado a melhor apresentação de todo o festival. Nessas cinco décadas, muitas conquistas e uma jornada que permanece duradoura e olhando para a frente.
Entre os próximos compromissos de Lobão, estão um show em São Paulo, no Tokio Marine Hall, dia 02 de novembro, e Rio de Janeiro (Qualistage), ao lado da Blitz, dia 08 de fevereiro. Fique por dentro das novidades do Lobão e da agenda de shows nas redes sociais @lobaow.