Confira a entrevista com a Khorium, banda de Volta Redonda/RJ que mistura hardcore, metal e RAP em seu som

Flávio Benelli

Formado em Direito pela Puc-Campinas, pós-graduado em Jornalismo. Criador e administrador do perfil @lets.gorock no Instagram. Sempre fui apaixonado pelo Rock. Escrever sobre música é minha forma de compartilhar a energia e a emoção que o rock me proporciona, enquanto mergulho nas histórias fascinantes por trás das músicas e dos artistas que moldaram esse universo. Junte-se a mim nessa jornada onde cada riff é uma história e cada batida é uma experiência inesquecível.

|Foto: Reprodução Facebook|

Conversamos com o Khorium, um power trio de Volta Redonda/RJ, que lançou recentemente o álbum “A plenos Pulmões” (2023), incorporando diversos elementos de hardcore, metal e RAP em sua música. Conheça mais sobre essa versatilidade na entrevista com G. Moreira, guitarrista e vocalista da banda.

Khorium, além de G. Moreira, é formada por Shalon Webster (bateria) e Clarice Roberta (baixo).

01) Como começou a Khorium e qual era o intuito do começo?

R: a banda começou em 2017, e desde o início a intenção sempre foi fazer música autoral. Não tivemos aquela fase comum em bandas novas de tocar covers, etc. O direcionamento da banda já nasceu bem definido. Desde o início com liberdade para misturas de estilos, mas sempre priorizando a mensagem nas letras.

02) O processo de gravação e composição facilita quando tem alguém que faz a produção dentro da banda? E como funciona?

R: faz toda a diferença ter um estúdio próprio a disposição para gravar, testar arranjos, etc. Torna o processo criativo muito mais livre e descomplicado. E facilita chegarmos no resultado imaginado. Ao mesmo tempo em que a criatividade não fica limitada pois temos conhecimento sobre a parte técnica de se fazer um album, e quais ferramentas tecnológicas são necessárias.

03) Khorium é divulgada em trio, mas já foi visto em quarteto em shows. Qual a formação oficial e o que muda de trio para quarteto?

R: a formação oficial é em trio e deve permanecer em trio. Ao vivo incorporamos um guitarrista convidado para poder ficar livre e concentrar na performance vocal, principalmente nas partes rap, que exigem a respiração correta e atenção maior às métricas. Mas nas composições e gravações a Khorium vai ser sempre um trio, com foco em uma cozinha groovada e guitarras pesadas.

04) Com as mudanças de governo, a Khorium seguiu com o mesmo posicionamento político. Manter-se firme a sua palavra, é importante na carreira de uma banda?

R: a simples mudança de governo não muda o abismo de disparidade social que o país vive, e as mesmas forças que oprimem e exploram o povo há 524 anos continuam atuando. Para nós, enquanto houver desigualdade haverá porque lutar, e ajudar a esclarecer as pessoas faz parte da nossa missão. Nosso papel é provocar a reflexão, trazendo temas que falem por aqueles que não conseguem ter voz.

05) Pegando a onda sobre mudanças. O que acham de bandas que se contradizem em suas composições e acabam mudando o rumo da banda no caminho?

R: respeito a coragem de quem decide e experimenta mudar. Não acho que existam obrigatoriedade de se manter preso a qualquer fórmula que seja. A arte deve ser livre acima de tudo. A coerência nas ideias é mais importante do que aprisionar-se em alguma fórmula. Se o artista tem a vontade de mudar, que esteja preparado para o choque que a mudança pode causar em seu público.

06) Khorium toca pouco ao vivo, acha que existe uma certa dificuldade na inserção da banda com os produtores no estado do Rio de Janeiro?

R: estamos longe das capitais, no interior, isso acaba fazendo diferença em estar menos inseridos nas cenas dessas mesmas capitais. É natural. Ao mesmo tempo, sabemos que a diversidade em nosso som dificulta enquadrar a banda em algum nicho específico. Mas não lamentamos, apenas enfrentamos um esforço maior na divulgação do trabalho. No próximo álbum inclusive devemos abordar essa questão de alguma maneira.

|Foto: Day Landim reprodução Facebook|

07) Uma das coisas que mais gostei é o show de vocês no ShowLivre. Acho que muita banda sonhou em estar lá, como foi essa realização?

R: foi uma boa oportunidade de registrar a banda ao vivo, ainda que, passado esse tempo, muita coisa faríamos de forma diferente. Quem sabe mais no futuro possamos fazer mais registros da banda ao vivo. Ainda mais que o repertório cresceu e modificou com o passar do tempo. Outra questão é que, como gravamos durante a pandemia, não havia público presente, apenas a equipe técnica. Talvez mais a frente a gente grave um ao vivo de novo, mas com a presença e energia do público presente.

08) Mesmo com bandas independentes, exige um alto custo para mante-las na ativa?

R: quem é independente carrega o peso de manter todos os custos da cadeia produtiva. Desde os custos de gravação, ensaios, até mesmo os meios físicos e merch. Na indústria da música mainstream os custos são absorvidos muitas vezes pelas gravadoras, agências de artistas, escritórios de representação, etc. Mas no underground, ainda mais na música pesada, o retorno financeiro é infinitamente menor, então não há esse nível de investimento. Importante o artista ter isso em mente e já se preparar.

09) Khorium sempre teve merch físico e esse ano aparentemente não lançou nada a respeito. Qual foram os motivos para o não lançamento?

R: após a pandemia de 2020 os preços de fabricação mudaram muito e isso atrapalhou bastante. Como já lançamos 2 albuns de estúdio em formato apenas digital, quem sabe mais a frente fazemos algo especial para lançamento físico desses. É algo que temos no radar. O mesmo vale sobre camisetas e demais itens. Mas está nos planos retomar essa disponibilidade.

10) Finalizando agradeço a disponibilidade e queria saber os planos para 2024?

R: nós que agradecemos pelo espaço e pela oportunidade. Para 2024 devemos ter material novo. Já iniciamos os trabalhos para um novo álbum, e em breve anunciaremos o início das gravações. E na sequência retomar os shows para divulgar. A intenção é nunca parar. A Khorium é imparável !

Saiba mais sobre a Khorium pelo Instagram da banda @khoriumband

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  • Flávio Benelli

    Formado em Direito pela Puc-Campinas, pós-graduado em Jornalismo. Criador e administrador do perfil @lets.gorock no Instagram. Sempre fui apaixonado pelo Rock. Escrever sobre música é minha forma de compartilhar a energia e a emoção que o rock me proporciona, enquanto mergulho nas histórias fascinantes por trás das músicas e dos artistas que moldaram esse universo. Junte-se a mim nessa jornada onde cada riff é uma história e cada batida é uma experiência inesquecível.

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